QUEM SÃO OS VINTE E QUATRO ANCIÃOS
“E ao redor do trono havia vinte e quatro tronos; e
vi assentados sobre os tronos vinte e quatro anciãos vestidos de vestes
brancas; e tinham sobre suas cabeças coroas de ouro” (Ap 4.4).
João tem a visão de 24 anciãos assentados em
tronos, vestidos de branco, com coroas de ouro e na presença celeste de Deus.
Muitas respostas são dadas à pergunta sobre a identidade desses 24 anciãos. Há
quem insista em dizer que são anjos, por estarem associados aos quatro seres viventes
do livro. Parece uma tentativa de fugir da identidade literal por ser contrária
ao sistema desses teorizadores. O que se diz sobre os 24 anciãos não poderia
aplicar-se a anjos, porque anjos não são coroados com coroas de vencedor
recebidas como recompensas, nem se assentam em tronos, que falam da dignidade e
de prerrogativas reais, nem são vestidos de branco em decorrência de
julgamento. A impossibilidade dessa concepção argumenta a favor de uma segunda
posição, segundo a qual são homens ressurretos e redimidos, vestidos, coroados
e assentados em tronos, os quais se relacionam à realeza no céu.
Scofield apresenta evidencias que apoiam a
visão de serem eles representantes da igreja. Ele escreve:
Cinco aspectos identificam os anciãos como
representantes da igreja:
1) Sua
posição. Estão entronizados à volta do trono central que é cercado por um
arco-íris. A igreja, e só a igreja dentre todos os grupos dos redimidos é
prometida a entronização (Ap 3.21). Cristo ainda está assentado no seu trono na
terra, mas essas figuras reais, já apresentadas sem culpa, com a indizível
alegria do Senhor, devem estar com Ele (Jo 17.24; 1Ts 4.17).
2) O
número desses anciãos representativos, num livro em que os números representam
grande parte do simbolismo, é significativo, pois 24 é o número de ordens em
que o sacerdócio levítico foi dividido (1Cr 24.1-19) e, de todos os grupos de
redimidos, apenas a igreja é sacerdócio (1Pe 2.5-9; Ap 1.6).
3) O
testemunho dos anciãos entronizados os distingue como representantes da igreja:
“E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os
seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens
de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; E para o nosso Deus os fizeste reis
e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra” (Ap 5.9-10). A igreja, e apenas a
igreja, pode assim testemunhar.
4) O
ancionato é um ofício representativo (At 15.2; 20.17).
5) A
inteligência espiritual dos anciãos os destaca como quem compartilhava dos mais
íntimos conselhos divinos (Ap 5.5; 7.13). E a quem dentre os redimidos esse
conselhos devem ser revelados senão aqueles a quem o Senhor disse: “Já não vos
chamo servos [...] mas tenho vos chamado amigos” [...] (Jo 15.15)? Os anciãos
são simbolicamente a igreja, e são vistos no céu num local designado pelas
Escrituras para a igreja antes que os selos sejam abertos e os ais sejam
pronunciados, e antes que qualquer das taças da ira de Deus seja derramada. E em
tudo o que se segue, até o vigésimo capítulo, a igreja nunca é citada como
presente na terra.
Visto que, de acordo com Apocalipse 5.8, esses 24
anciãos estão associados num ato sacerdotal com o Grande Sumo Sacerdote, Jesus,
o que nunca se diz a respeitos dos anjos. Visto que Israel não ressuscita até o
fim da septuagésima semana, nem é julgado ou recompensado até a vinda do
Senhor, de acordo do Isaías 26.19-21 e Daniel 12.1,2, esses devem ser
representantes dos santos da presente época. Já que são vistos como
ressurretos, no céu, julgados, recompensados, entronizados no começo da
septuagésima semana, conclui-se que a igreja deve ter sido arrebatada antes do
início da septuagésima semana. Se a igreja não for ressuscitada e transladada
aqui, como alguns insistem, e não o é até Apocalipse 20.4, como estaria no céu
em Apocalipse 19.7-11?
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