quarta-feira, 11 de março de 2009

escatologia o estudo das utimas coisas- parte 2


COMO SE DARÁ O JULGAMENTO DAS NAÇÕES?
"Congregarei todas as nações e as farei descer ao vale de Josafá; e ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu povo e da minha herança, Israel, a quem eles espalharam entre as nações, repartindo a minha terra. Ajuntai-vos, e vinde, todos os povos em redor, e congregai-vos (ó SENHOR), faze descer ali os teus fortes! Movam-se as nações e subam ao vale de Josafá; porque ali me assentarei, para julgar todas as nações em redor. Multidões, multidões no vale da Decisão! Porque o dia do SENHOR está perto no vale da Decisão" (Joel 3.2, 11,12, 14).
Em Mateus 25 Jesus revelou que na sua vinda em glória, com todos os santos anjos, as nações reunidas diante dele serão assim divididas: nações-ovelhas (os justos) ficarão à sua direita; as nações-bodes (os ímpios) à esquerda; e os "irmãos", que devem ser o povo judeu, irmãos de Jesus segundo a carne. Os justos irão para a vida eterna; os ímpios para o castigo eterno. (Mateus 25.31-46). Estarão ali, também, as nações que não se aliaram ao Anticristo e que sempre reconheceram Israel como a herança de Deus. A essência desse juízo é o julgamento dos opressores do povo judeu (Leia Joel 3.2; Gênesis 13.3; Zacarias 12.3).
Apocalipse 20.11-15 trata do julgamento do Grande Trono Branco - o Juízo Final: "Os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo" (vv. 12,15).
Tem havido entre os estudiosos da Bíblia interpretações discordantes quanto ao julgamento das nações de que trata Joel 3. Uns crêem que este juízo associa-se ao Juízo Final de Apocalipse 20.11-15 e Mateus 25.31-46, sendo este apenas uma continuação daquele. Todavia, há diferenças entre um e outro julgamento, ou seja, entre o julgamento das nações e o do Grande Trono Branco. Vejamos:

Juízo de Mateus 25.31-46 (Joel 3) Juízo de Ap 20.11-15
Julgamento dos vivos Julgamento dos mortos
Antes do Milênio Depois do Milênio
Na terra No espaço
Ovelhas, bodes e irmãos presentes Só os perdidos
Julgamento coletivo Julgamento individual
Sem ressurreição,
exceto dos mártires da Grande Tribulação (Ap 20.4) Após a 2a ressurreição


Esse primeiro julgamento de Mateus 25.31-46 objetiva selecionar as nações que ingressarão no Milênio, ou seja, as que farão parte no reino milenar de Cristo. Vejam: "Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o REINO que vos está preparado desde a fundação do mundo"(Mateus 25.34).

14- COMO ENTENDER A BATALHA DO "ARMAGEDOM"?
A guerra do Armagedom (Apocalipse 16.16)
Armagedom significa "vale do Megido". Megido ou Esdrelon é uma planície de Israel, em Samaria, na região da Palestina. Esse vale foi palco de sangrentas guerras no passado. No sentido profético, Armagedon significa derrubar, matar, cortar, decepar, lugar de mortandade. Este lugar de matança é chamado de "lagar" em Apocalipse 14.20.
Profecias - "Chegará o estrondo até a extremidade da terra. O Senhor entrará em juízo com toda a carne, e os ímpios entregará à espada"(Jeremias 25.31-38; Joel 3.1-16; Sofonias 3.8). "Eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém...então o Senhor sairá, e pelejará contra estas nações" (Zacarias 14.2-5).
Quando será iniciada - Na segunda metade da Grande Tribulação, provavelmente já no final desse período. Será uma guerra de curta duração. Os judeus não suportariam uma guerra prolongada, haja vista o poderio bélico dos adversários.
A finalidade do confronto - A guerra será centralizada na terra de Israel, porém com desdobramentos e combates por todo o mundo (Jeremias 25.31). Os exércitos de todas as nações aliadas ao Anticristo marcharão sobre Israel, objetivando a destruição de Jerusalém e do povo de Deus. O Anticristo colocará em guerra todo o seu poder de fogo: armamentos sofisticados; bombas de última geração, tudo muito superior ao que hoje conhecemos. Tal confronto atende aos planos de Deus.
O sentido figurado - Não nos alinhamos entre os que rejeitam a idéia de uma batalha literal, onde tropas fiéis ao Anticristo estariam realmente marchando sobre Israel. Acreditamos que haverá, de fato, uma grande batalha mundial, envolvendo cristãos e anticristãos; uma guerra de grandes proporções como jamais ocorreu na história da raça humana. O Senhor Jesus intervirá no momento certo: o Anticristo e seus exércitos serão aniquilados, e muitos judeus se converterão e serão salvos.

15- COMO ENTENDER AS "70 SEMANAS DE DANIEL"?
Por sua fundamental importância nos estudos da Escatologia, e pelas dificuldades em sua interpretação, a profecia das SETENTA SEMANAS de Daniel desperta muito interesse. Entre os teólogos não há consenso quanto alguns aspectos. Por exemplo, um grupo segue a interpretação contínua, segundo a qual a septuagésima semana segue a sexagésima-nona, sem nenhum intervalo. Outro, defende a teoria do intervalo, ou seja, 69 semanas já se cumpriram, mas falta o cumprimento da septuagésima semana. Estamos acordes com a interpretação que admite um intervalo.

O CONTEXTO - Jerusalém estava praticamente destruída. Seu povo, inclusive o profeta Daniel, foi levado cativo para a Babilônia, sob as ordens de Nabucodonosor, a quem deveria servir por 70 anos (2 Crônicas 36.17-21; Jeremias 25.11). Daniel inquieta-se porque os 70 anos de cativeiro são findos e não recebe de Deus qualquer palavra sobre a restauração da Cidade Santa e restauração espiritual do povo. Daniel intercede pelo seu povo e Deus responde, através do anjo Gabriel.

A PROFECIA - Daniel 9.24: "Setenta Semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos santos". 9.25: "Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até o Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos".
9.26: "E depois das sessenta e duas semanas será tirado o Messias, e já não estará; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações".
9.27: "E ele fará firme aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até a consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador".

A INTERPRETAÇÃO - As 70 semanas são 490 anos, considerando-se tratar-se de semanas de anos ("setenta setes") e não semanas de dias. Esses 490 anos estão divididos em dois períodos:

1.

o primeiro período é de 69 semanas, igual a 483 anos ou 173.880 dias, considerado ano profético de 360 dias (69 x 7 x 360). Esse período - que é o marco inicial das 70 semanas - inicia-se com a "saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém" (Daniel 9.25), e teve seu cumprimento em Neemias 2.1-8 (Ano vigésimo do Artaxerxes, mês de nisã). Esse período termina com a manifestação do Messias como Príncipe de Israel (Lucas 19.28-40; Zacarias 9.9) Este primeiro período de 69 semanas é dividido em duas partes na profecia: uma de sete semanas (49 anos), e outra de 62 semanas (434 anos). Logo após esse primeiro período de 69 semanas, o "Messias foi tirado" (morto) e a cidade santa destruída: a morte de Jesus na cruz ( Lucas 23.46) e a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C.).
2.

entre o primeiro e segundo período, existe uma lacuna profética, um intervalo. É um tempo de duração indefinida quanto à quantidade de semanas/anos. Esse intervalo se prolongará até o arrebatamento da Igreja e o conseqüente aparecimento do anticristo, quando terá início a última semana da profecia, a septuagésima semana.
3.

o segundo e último período da profecia, a tão conhecida SEPTUAGÉSIMA SEMANA DE DANIEL, iniciar-se-á com o surgimento do anticristo, "o príncipe que há de vir" (Daniel 9.26, Apocalipse 6.2), e terminará com a volta do Messias, com poder e glória, para Seu reinado milenar (Apocalipse 20.1-6). Esta semana, ou sete anos, será dividida em dois períodos distintos de três anos e meio, ou 1260 dias, ou 42 meses. O anticristo fará uma aliança com Israel por todo o período de sete anos, mas na metade desse tempo quebrará o acordo e fará cessar a adoração a Deus (Daniel 9.27; Apocalipse 11.2; 12.6; 12.14; 13.5).

Observações:

1) As 70 semanas que estão determinadas têm os seguintes propósitos (Daniel 9.24):

1.

extinguir a transgressão
2.

dar fim aos pecados
3.

expiar a iniqüidade
4.

trazer a justiça eterna
5.

sela a visão e a profecia
6.

ungir o Santo dos santos

2) As 69 semanas (173.880 dias) contadas "desde a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém", em 14.3.445 a.C. (veja obs. n. 8, abaixo), findam exatamente no dia 6 de abril de 32 d.C., dia da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Vejamos os cálculos feitos por Alva J. Marcos Clain (cálculo dos dias decorridos entre 14.3.445 a.C. e 6.4.32 d.C.):
445 a.C. a 32 d.C 476 anos (AC 1 até DC 1 = 1 ano)
476 x 365 173.740 dias
Aumento dos anos bissextos 116 dias (3 a menos em 4 séculos)
14 de março a 6 de abril 24 dias
TOTAL 173.880 dias

(Considerar que o ano do século (100, 200, 300, 400...) não é bissexto, exceto quando divisível por 400. Na transformação para dias do nosso calendário, o ano passa a ser de 365 dias).

3) Os capítulos 6 a 19 do Apocalipse dizem respeito à septuagésima semana de Daniel, ou seja, os eventos escatológicos ali mencionados (o derramar dos juízos de Deus, por exemplo) ocorrerão durante aquele último período da profecia. Diríamos que no Apocalipse a profecia das setentas semanas está no varejo, ampliada, detalhada.

4) A profecia relaciona-se diretamente com a nação de Israel e a cidade de Jerusalém (Daniel 9.24). Antes de iniciar a septuagésima a Igreja será arrebatada (1 Tessalonicenses 1.10; Apocalipse 3.10).

5) Note-se que o tempo da Igreja, a destruição de Jerusalém e o Calvário estão incluídos no intervalo: entre o fim da 69a semana e o começo da seguinte, da septuagésima. Este tempo é também chamado de lacuna profética.

6) A Bíblia não relata, mas há o registro histórico da tomada de Jerusalém pelo general romano Tito, no ano 70 d.C., depois de um cerco de cinco meses, com o emprego de uns 100.000 homens. Estima-se em um milhão a perda de vidas nessa catástrofe. Cumpriu-se assim Daniel 9.26: ..."o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário" (v. Lucas 21.20).

7) Nosso Senhor legitimou a profecia das Setentas Semanas ao fixar a Grande Tribulação dentro da Septuagésima (Mateus 24.15-22; Marcos 13.14-20).

8) Neemias 2.1-8: Artaxerxes I, rei da Pérsia, foi elevado ao trono em 465 a.C. Logo, o "ano vigésimo do rei" deu-se em 445 a.C. E como não está indicado o dia do mês, fica entendido ser o primeiro dia do mês nisã (conforme costume judaico), que em nosso calendário corresponde a 14 de março. Daí porque o ponto de partida da profecia, ou seja, a "ordem para reedificar Jerusalém" (Daniel 9.25) é o dia 14 de março de 445 a.C. Conforme cálculo, o fim das 69 semanas, contadas a partir de 14.3.445 a.C., deu-se em 6 de abril de 32 d.C., data em que Jesus foi aclamado Rei em Jerusalém: "Bendito o Rei que vem em nome do Senhor" (Lucas 19.28-40).

9) A resposta sobre as Setentas Semanas de Daniel não se esgota nestas palavras. O livro de Daniel é uma fonte inesgotável para pesquisa e debate.

Fonte: "As Setenta Semanas de Daniel", de Alva J. Mc Clain; Bíblia de Estudos Pentecostal.

16- O QUE SIGNIFICA “QUANTO AOS TÍMIDOS”?
A consulente reporta-se a Apocalipse 21.8: “Mas, quanto aos MEDROSOS, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, que é a Segunda morte.” Na versão RC (Almeida Revista e Corrigida), temos “Quanto aos TÍMIDOS”; na versão BLH (Bíblia na Linguagem de Hoje), temos “quanto aos COVARDES”; na versão RA (Almeida Revista e Atualizada, lê-se “Quanto aos COVARDES”; na versão ASV (American Standard Version), “Quanto aos TÍMIDOS (medrosos, receosos)”.
Tímidos, medrosos e covardes, no caso específico, são palavras semelhantes. O entendimento é que Deus condena aqueles que não aceitam as verdades bíblicas com receio de serem criticados, desaprovados ou repreendidos pelos ímpios. Temem perder posições sociais, status, amizades, prestígio. São os que se envergonham de sua condição cristã; não dão testemunho de Cristo em suas vidas. Esses são os tímidos, covardes e medrosos. Jesus afirmou: “Qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos”(Lucas 9.26).

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